Seguros

Energia

Serviços domésticos

Telecomunicações

Saúde

Segurança Doméstica

Energia Solar

Seguro Automóvel

Aparelhos Auditivos

Créditos

Educação

Paixão por carros

Seguro de Animais de Estimação

Blogue

Revolução Digital no Mercado de Seguros em Portugal: Do algoritmo à apólice

Nos últimos anos, o mercado de seguros em Portugal tem assistido a uma transformação profunda impulsionada pela revolução digital. Este movimento, inicialmente discreto, está agora a tornar-se um tsunami que pode mudar para sempre a forma como pensamos sobre seguros. Seja na subscrição de novas apólices, no processamento de sinistros ou mesmo na análise de risco, a tecnologia, liderada por algoritmos e inteligência artificial, está a assumir um papel central.

A digitalização dos serviços de seguros começou com a adoção de sistemas de gestão de clientes (CRM) mais eficientes. No entanto, rapidamente se expandiu para incluir ferramentas de big data e machine learning que ajudam as seguradoras a prever comportamentos e riscos com uma precisão sem precedentes. Estas ferramentas permitem não só personalizar as ofertas de seguros como reduzir os custos operacionais, resultando em produtos mais acessíveis para os consumidores.

Algumas empresas de seguros estão a inovar ao desenvolver aplicações móveis que oferecem uma experiência de utilizador otimizada, permitindo que os clientes possam gerir as suas apólices, efetuar pagamentos, e até participar em programas de fidelização diretamente dos seus smartphones. Estas aplicações são muitas vezes equipadas com assistentes virtuais baseados em IA que podem responder a perguntas frequentes e ajudar na resolução de problemas, proporcionando um serviço ao cliente mais eficiente e disponível 24 horas por dia.

A conectividade IoT (Internet das Coisas) também começou a ganhar espaço no setor. Dispositivos como sensores e wearables estão a ser utilizados para monitorizar uma variedade de riscos em tempo real, desde a condução de carros até à saúde pessoal. Por exemplo, algumas apólices de seguro automóvel agora incluem dispositivos telemáticos que monitorizam o comportamento do condutor e ajustam os prémios de acordo com a segurança da condução. Estes dispositivos não só oferecem prémios mais justos como incentivam práticas de condução mais seguras.

Um dos aspectos mais inovadores desta revolução é o uso de blockchain para aumentar a transparência e a segurança nas transações de seguros. Smart contracts, que são contratos digitais auto-executáveis, estão a ser testados em várias áreas para automatizar e garantir a execução de termos de uma apólice sem a necessidade de intermediários. Isto não só acelera o processo como também reduz as possibilidades de fraude.

No entanto, esta transformação digital não está isenta de desafios. A segurança cibernética é uma preocupação constante, à medida que as seguradoras lidam com grandes volumes de dados sensíveis. A preocupação com a privacidade e a proteção dos dados dos clientes é também uma prioridade, e as empresas têm de cumprir a legislação rigorosa estabelecida pelo RGPD (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados).

Outro desafio é a adaptação da força de trabalho a estas novas tecnologias. Muitos profissionais do setor têm de atualizar as suas competências para lidar com as ferramentas digitais e a análise de dados. As seguradoras estão a investir em programas de formação contínua para garantir que os seus colaboradores estão preparados para estas mudanças.

A transformação digital no setor dos seguros em Portugal está longe de ser concluída. As empresas que conseguirem adaptar-se rapidamente às novas tecnologias e oferecer uma experiência de cliente digitalmente avançada e segura estarão numa posição privilegiada para liderar o mercado nos próximos anos. A tendência é clara: o futuro dos seguros será digital, personalizado e centrado no cliente.

Tags