O mercado de seguros tem enfrentado desafios inéditos nos últimos anos. Desde a pandemia global de COVID-19 até aos recentes conflitos geopolíticos, as incertezas têm criado um cenário cheio de armadilhas e oportunidades. Neste artigo, exploramos as estratégias adoptadas pelas seguradoras para se adaptarem e prosperarem em tempos de crise.
Nos últimos anos, a pandemia forçou muitas empresas a reavaliar suas políticas de seguros. Um aumento significativo na digitalização permitiu que as seguradoras se ajustassem rapidamente às novas realidades. O advento das tecnologias de inteligência artificial e blockchain foi determinante para isso. A automatização de processos internos, como a avaliação de riscos, permitiu uma maior eficiência e precisão, reduzindo os custos operacionais e aumentando a confiança dos clientes.
O conflito entre a Rússia e a Ucrânia também trouxe implicações importantes para o setor de seguros. As seguradoras tiveram que ajustar suas políticas de cobertura para riscos políticos e mesmo para catástrofes naturais exacerbadas pelo contexto de conflito. Este cenário desafiador exigiu uma inovação rápida e eficaz por parte das empresas de seguros, que necessitavam diversificar suas carteiras de serviços para proteger seus clientes.
Um ponto central para a sobrevivência e expansão das seguradoras durante esses períodos turbulentos foi a adoção de políticas ESG (Environmental, Social and Governance). Incluindo critérios ambientais, sociais e de governança em suas operações, as seguradoras conseguiram atrair um novo público e, simultaneamente, aumentar a confiança dos investidores. A sustentabilidade passou a ser não apenas uma questão de imagem, mas um fator determinante na estabilidade e crescimento das empresas.
Outro elemento que teve um impacto considerável no sector foi a crescente popularidade dos seguros cibernéticos. Com o aumento das ameaças digitais e ataques de hackers, a necessidade de proteger dados e operações tornou-se imperativa. As seguradoras encontraram neste novo nicho uma mina de ouro, oferecendo produtos que cobrem desde ataques de ransomware até perdas de dados sensíveis. Empresas de todos os tamanhos viram-se obrigadas a procurar estas coberturas, ampliando as receitas e a pegada das seguradoras no mercado.
Por outro lado, o sector de seguros também enfrenta desafios internos, particularmente na retenção de talentos. A digitalização, embora vantajosa, criou uma lacuna de competências. Formação contínua e atracção de talento jovem tornaram-se estratégias prioritárias para qualquer empresa que queira manter-se competitiva. A diversificação da força de trabalho e a inclusão de novas competências tecnológicas são agora fatores-chave para o sucesso futuro.
Em conclusão, o sector de seguros está em constante evolução e adaptação. As empresas que se destacam são aquelas que conseguem antecipar e preparar-se para os desafios, adoptando novas tecnológicas, diversificando seus serviços e mantendo um forte compromisso com a sustentabilidade. Assim, ao invés de serem vistas apenas como apólices para tempos difíceis, as seguradoras podem tornar-se parceiras estratégicas em tempos incertos e adversos.