Enquanto a economia global continua a sua recuperação após os desafios impostos pela pandemia, Portugal depara-se com um conjunto único de adversidades que requer soluções adaptativas e inovadoras. O ano de 2024 promete ser repleto de desafios económicos que derivam tanto de fatores internos quanto externos.
A inflação, que tem persistido em níveis elevados, é um dos principais fantasmas que assombra as economias mundiais e Portugal não é exceção. Com o custo de vida a aumentar e os salários a não acompanharem este ritmo, milhões de portugueses encontram-se a lutar para equilibrar as suas finanças pessoais. Este desequilíbrio tem um impacto direto no consumo e, por conseguinte, no crescimento económico nacional.
O setor da habitação é outro campo minado, com os preços a atingir máximos históricos em várias regiões do país, em particular nas grandes cidades como Lisboa e Porto. A procura supera largamente a oferta, impulsionada tanto por um aumento de investidores estrangeiros quanto pelo interesse crescente em Portugal como destino de residência permanente para muitos expatriados.
As exportações, que têm sido um dos pilares do crescimento económico nacional, enfrentam agora barreiras sob a forma de políticas protecionistas em mercados outrora acessíveis e de uma crise logística global que afetou negativamente as cadeias de abastecimento. O governo português precisa de encontrar um equilíbrio entre apoiar as empresas mais afetadas e incentivar novas estratégias de exportação para mercados alternativos.
No âmbito da transição energética, Portugal tem se mostrado um exemplo a seguir, com investimentos significativos em energias renováveis. No entanto, a dependência de combustíveis fósseis ainda é evidente em várias áreas do país, apresentando obstáculos ao cumprimento das metas ambientais estabelecidas. O aumento dos custos de energia também é uma preocupação crescente tanto para as famílias quanto para as indústrias.
Por outro lado, o turismo, um dos setores mais afetados pela pandemia, mostra sinais de recuperação. No entanto, a sustentabilidade do crescimento deste setor está em debate. O turismo massificado não só coloca pressão sobre os recursos locais como também levanta questões acerca do impacto cultural e ambiental a longo prazo.
Em contrapartida, a digitalização da economia oferece potencial significativo para o desenvolvimento nacional. Startups tecnológicas estão a emergir a um ritmo impressionante, muitas delas com inovações que têm impacto não só localmente mas também globalmente. No entanto, o desafio reside em garantir o acesso equitativo à tecnologia e à educação digital em todo o país, para evitar desigualdades regionais acentuadas.
No contexto político, 2024 é um ano crucial. Com eleições à vista, as políticas económicas são um ponto forte de debate entre os partidos. As promessas de reforma fiscal, de implementação de rendimentos básicos e o combate à corrupção estão na agenda de todos os candidatos, evidenciando a importância de soluções efetivas para os problemas económicos que a nação enfrenta.
Para os portugueses, o ano que se avizinha constitui uma oportunidade tanto para superar desafios prementes quanto para solidificar uma base estável para o futuro económico do país. A colaboração entre o governo, as empresas e a população é essencial para navegar pelos tempos difíceis que se aproximam, garantindo um crescimento económico sustentável e inclusivo para todos.